Ato com apoiadores de Bolsonaro na Paulista reuniu 42,2 mil pessoas, segundo metodologia da USP

Apoiadores de Bolsonaro fazem atos no 7 de Setembro para pedir anistia a condenados por atos golpistas O ato com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na A...

Ato com apoiadores de Bolsonaro na Paulista reuniu 42,2 mil pessoas, segundo metodologia da USP
Ato com apoiadores de Bolsonaro na Paulista reuniu 42,2 mil pessoas, segundo metodologia da USP (Foto: Reprodução)

Apoiadores de Bolsonaro fazem atos no 7 de Setembro para pedir anistia a condenados por atos golpistas O ato com apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro na Avenida Paulista, na tarde deste domingo (7), reuniu 42,2 mil pessoas, segundo metodologia do Monitor do Debate Político do Cebrap em parceria com a ONG More in Common, que usa inteligência artificial para analisar imagens aéreas da multidão capturadas por drones. Com a margem de erro de 12%, o cálculo aponta um público entre 37,1 mil e 47,3 mil participantes no momento de pico. No ato do 7 de Setembro de 2024 na Paulista, foram 45,4 mil pessoas. O Monitor também analisou a adesão ao protesto convocado por partidos e movimentos de esquerda em São Paulo, de manhã. Foram cerca de 8,8 mil presentes. No Rio de Janeiro, segundo a mesma metodologia, 42,7 mil pessoas estiveram na orla de Copacabana durante a manhã para pedir anistia para Bolsonaro. Apoiadores de Bolsonaro na avenida Paulista no 7 de setembro Reprodução/GloboNews Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (7) GABRIEL SILVA/RASPRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Para comparação, a manifestação pró-Bolsonaro realizada em São Paulo em agosto reuniu 37,6 mil pessoas, segundo a mesma metodologia. No final de junho, outra manifestação reuniu 12,4 mil pessoas. Em abril, um ato convocado pelo ex-presidente reuniu 44,9 mil pessoas. Como foi feita a contagem, segundo o levantamento: Foram tiradas fotos em três diferentes horários (15h05, 16h03 e 16h40), totalizando 47 imagens; Foram selecionadas 15 fotos tiradas às 16h03, momento de pico da manifestação. As imagens cobriam toda a extensão da manifestação, sem sobreposição; Para o cálculo da multidão, foi utilizado o método Point to Point Network (P2PNet) desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Chequião, na China¹ e da empresa Tencent . O software foi treinado com um dataset anotado de fotos de multidão da Universidade de Xangai e outro dataset anotado de fotos brasileiras da Universidade de São Paulo; No método, um drone tira fotos aéreas da multidão e o software analisa essas imagens para identificar e marcar automaticamente as cabeças das pessoas; Usando inteligência artificial, o sistema localiza cada indivíduo e conta quantos pontos aparecem na imagem. Esse processo garante uma contagem precisa, mesmo em áreas densas; O método atualmente possui uma precisão de 72,9% e uma acurácia de 69,5% na identificação de cada indivíduo. Isso significa na prática que há um erro percentual absoluto médio de 12%, ou seja, em uma mensuração de público de 100 mil pessoas, o valor real pode variar entre 88 mil e 112 mil (12 mil para menos, ou para mais); Para fins de transparência, o banco de imagens utilizado para a contagem da manifestação está disponível para consulta e pode ser validado por qualquer cidadão, inclusive com contagem manual dos participantes. Taxas de mobilização O Monitor do Cebrap calculou também a taxa de mobilização dos protestos considerando a população de cada cidade e o número de eleitores. Para isso, foram usados dados do Censo 2022 e do TSE. No Rio, a taxa de mobilização por mil habitantes foi de 8,2. Por mil eleitores, foi de 22,1. Em São Paulo, as taxas foram de 4,4 e 13,2, respectivamente. As estimativas do Monitor apontam que os protestos reuniram cerca de 4,1 mil pessoas no Recife; 1,6 mil em Florianópolis; 1,6 mil em Belém; e 1,4 mil em Goiânia. Recife (3,4 e 9,5) e Florianópolis (3,6 e 9,5) tiveram as maiores taxas de mobilização depois de Rio e São Paulo. 'Bandeirão' dos EUA e ataques a Moraes Apoiadores de Bolsonaro se reuniram neste domingo, feriado da Independência, em diversas cidades para pedir anistia a condenados por crimes contra a democracia. Sob o mote "reaja, Brasil: o medo acabou", as manifestações foram marcadas por ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e a Alexandre de Moraes. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, chamou o ministro de tirano em discurso na Paulista. Os manifestantes abriram uma bandeira gigante dos Estados Unidos e usaram cartazes em inglês para pedir novas medidas ao presidente americano, Donald Trump, contra o Judiciário brasileiro. Bolsonaro está em prisão domiciliar e não pode participar de eventos públicos, nem por vídeo, porque descumpriu medidas restritivas. Na terça (9), o Supremo vai retomar o julgamento em que ele pode ser condenado por golpe de Estado e mais quatro crimes. As penas somadas podem somar 43 anos de prisão. Também estiveram na Paulista a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o pastor Silas Malafaia, o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o deputado Sóstenes Cavalcante, líder do PL na Câmara. Vista aérea mostra apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro carregando uma enorme bandeira dos EUA em ato na Avenida Paulista, em SP, no 7 de Setembro. Nelson Almeida/AFP O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, discursa durante ato de bolsonaristas na Paulista Amanda Perobelli/Reuters Tarcísio de Freitas participa de ato pró-anistia na Avenida Paulista